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“Translocas” é mais que uma série fotográfica, é um registro da resistência contra o preconceito, do grito público do orgulho de ser quem somos, ambos refletidos na festa “Filhas da Chiquita”, uma festa profana, inserida na maior festa religiosa do Brasil, o Círio de Nazaré, que acontece em Belém do Pará, no sábado que antecede o segundo domingo de outubro, quando se realiza a festa para a padroeira dos paraenses.

Evna Moura passou cinco anos fotografando os personagens dessa festa que surgiu na década de 70. “A minha ideia era me aproximar, conhecer mais, mostrar o lado humano delas, da resistência que é essa manifestação”, contou a fotógrafa ao explicar que o trabalho surgiu a partir de uma provocação na sala de aula, quando ela cursava faculdade de Artes Visuais.

“É uma festa extremamente marginalizada porque agrega todo o tipo de pessoa e a classe média não vê isso com bons olhos. Mas dá pra aproveitar esse momento que a cidade esta cheia de pessoas e ter um pouco de voz no meio disso tudo”, destaca a artista que acha importante aproveitar a atmosfera religiosa do Círio de Nazaré para falar das dificuldades vividas por quem enfrenta, diariamente, o preconceito e a discriminação. “Nem tudo são flores”, atesta.

O registro da Festa da Chiquita foi o primeiro trabalho profissional da artista e marcou o início da carreira de Evna Moura como fotógrafa. “Me propus a fazer isso durante alguns anos e foi incrível. A intensidade desse trabalho me ajudou a descobrir minha própria identidade como pessoa, como artista, do que eu quero mostrar, sobre o quero falar, além de me fazer amadurecer muito como ser humano”, relatou a responsável pela série “Translocas”, que está exposta durante todo o mês de junho na Galeria Virtual da Griffo, uma homenagem da agência Griffo Comunicação ao dia 28 de junho – Dia Internacional do Orgulho LGBT.

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