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Os tons marrons alaranjados das ruas de barro de Serra Pelada povoam as lembranças da infância do fotógrafo Anderson Souza, que cresceu vendo o pai, garimpeiro, trabalhar de sol a sol no garimpo de ouro, que atraiu milhares de pessoas na década de 1980. “Meu pai sacrificou a vida e a família. Construiu um patrimônio para perder tudo, igual a praticamente 90% de todos os garimpeiros de lá”, lembra o fotógrafo.

As ruas e casas parecem ter paralisado no tempo em que a ‘febre do ouro’ ditava a rotina local. O buraco que abrigava o “formigueiro humano”, como ficou conhecido o garimpo de Serra Pelada, deu lugar a um grande lago.

A paisagem mudou, mas os moradores mantém o antigo o sonho de ficar rico com o ouro do garimpo. “Eles continuam alimentando essa esperança, esse sonho louco. É possível ver isso nos olhos deles e é isso que busco eternizar nas minhas fotografias”, revela Anderson, responsável pela exposição “Esperança Dourada” que está na nossa Galeria Virtual.

“A intenção é tentar desmistificar um pouco aquela imagem de ‘homens formigas’, mostrar o cotidiano atual e o que restou de Serra Pelada”, explica o fotógrafo, que considera o trabalho um grande desafio, já que conhece cada um um dos seus personagens pessoalmente. “Tenho uma relação muito próxima com a comunidade de Serra Pelada. Eu convivi com eles e sou testemunha da esperança que eles mantêm firme no peito”.

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